quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Pererê - A Lenda da Meia-Noite - Cia Teatro Lumbra

No dia 14 de novembro às 20 horas através do projeto Sua Nota é um Show se apresentou no Teatro Castro Alves A Cia Teatro Lumbra, um espetáculo que faz uso da concepção cênica das sombras de forma espetacular. A obra infanto-juvenil ou como queira qualificar a obra de Monteiro Lobato foi atualizado no espetáculo Sacy Pererê - A Lenda da Meia-Noite, um resgate literário do nosso imenso patrimônio imaterial.

O Espetáculo remonta a ancestralidade através da técnica, ou melhor, gênero, assim descrito pelo próprio Alexandre Fávero, diretor, sombrista, cenógrafo, fazendo uso das sombras que se apresentam de forma criativa e introspectiva promovendo uma ilusão cinematográfica durante o desencadeamento do espetáculo.

O uso das sombras, sempre foi uma das estratégias lúdicas para a interação social e promoção da arte não convencional há mais de 3 mil anos, além de mobilizar o aspecto cognitivo infanto-juvenil dos indivíduos permite, ao meu entender, fazer uso da referência do Mito da Caverna – ou parábola da caverna – pois simula uma realidade a partir da interação humana e sua projeção. A arte das sombras possibilita a imersão no vasto universo simbólico humano, particularmente decisivo para a constatação da luz, usando efeitos naturais, podemos assim dizer.

Sobre uma outra questão, o objeto arte através dos tempos, cito àqueles tradicionais que se sustentam em meio ao universo tecnológico digital e das artes contemporâneas interativas mediadas pela plataforma computacional, estes formatos ao se apresentarem, em especial o uso das sombras, passam ao universo da sacralização da arte, característica esta pertinente à cultura digital.

Portanto, sugiro à todos que conheçam o espetáculo da Cia Teatro Lumbra, necessário para a imersão dos conteúdos da arte a partir das projeções humanas.

Vídeos: http://www.clubedasombra.com.br/videoteca.php

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

II Conferência Estadual de Cultura


"A Secretaria de Cultura da Bahia deu início à II Conferência Estadual de Cultura e está mobilizando a sociedade para participar dos debates em todos os municípios do Estado. Já estão acontecendo simultaneamente encontros nos 417 municípios baianos. E no dia 17 de setembro também começam os encontros territoriais, culminando com a II Conferência Estadual de Cultura, de onde sairá o Plano de Cultura da Bahia." fonte: www.irdeb.ba.gov.br


Além destas existe a possibilidade de acompanhar o evento online.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Apenas para constar e quem quiser problematize!

Sobre as potencialidades de inserção de espaços físicos nos espaços virtuais, convenhamos detectar a extensa ferramenta do google maps. Segundo o padrão de navegabilidade e seus parâmetros de usabilidade e interface o serviço tem extrema relevância para a constatação de uma nova dinâmica e leitura das cidades.


quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Vale a pena!
Cibercultura: Tecnologia, Sociedade e Cultura no Século XXI
Conferência: Internet e Democracia – A Política no Século XXI
Prof. Dr. Otfried Jarren
Prof. Dr. Wilson Gomes
Prof. Dr. Gustavo Gindre
Mediador: Prof. Dr. José Antônio Gomes de Pinho
24/10/2007
19:00
Teatro do Goethe-Institut (ICBA)
Av. 7 de Setembro, 1809, Vitória, Salvador-BA

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Ciberespaço e Cibercultura: reflexões acerca das modificações na esfera pública.

A partir das modificações tecnológicas ocorridas no contexto da modernidade, os universos das relações sociais e culturais passam a se inserir no âmbito tecnológico, constituindo numa nova perspectiva para análise e interferências dos meios sociais e físicos. Com a recriação do universo físico a partir da tecnologia digital e da utilização do computador não apenas como mecanismo maquínico, mas inserido e potencializador das relações sociais, políticas e econômicas, modificando concomitante ao processo de estruturação da arquitetura pública frente às modificações no bojo da sociedade já pós-moderna.

Segundo William Gibson, em seu Romance “Neuromancer ” (1984) durante este processo de averbação dos conflitos exteriorizados, vendo na plataforma do computador, a viabilidade de “catarsis” social, neste contexto, o ciberespaço se define como um novo ente, potencializador das afetividades humanas, capacidade exploratória do universo simbólico social e reconfigurável, indomável. O ciberespaço, a partir da análise etimológica se refere à idéia de “espaço de controle”, inversamente ao que se propõe naturalmente a concepção de ciberespaço, uma oposição direta aos mecanismos de controle social, espaço, não físico e imaterial, capaz de armazenar, transferir e possibilitar a existência de novos signos em constante mutação, além de ter em sua configuração uma nova linguagem, universalizante. Segundo John Perry Barlow, em seu artigo sobre a “Declaração de Independência do Ciberespaço ”, o autor pontua significativamente a verdadeira intenção do ciberespaço, a da não dominação, a quebra das formalidades hierárquicas, a nudez sócio-cultural, pondo em questão e contestando a necessidade de controle social.

O nascimento do ciberespaço provocou modificações nas instituições culturais, econômicas, políticas, alterando os conteúdos do universo público material e reconfigurando o espaço social. Valores modificados a partir da substituição da Cultura de Massa pelas especificações de conteúdos orientados, personalizados através da convergência das mídias e da potencial característica das TIC’s, reestrutura a noção de cultura, criando uma própria que abarca o paradigma tecnológico, não como um impacto (LÉVY, 1993), mas como uma nova ambiência dentro do contexto das variáveis técnicas permitirem o surgimento da Cibercultura.

A Cibercultura ergue-se da tecno-cultura em potencial, não somente pela sua capacidade envolta de tecnologia, mas por permitir a reconfiguração do espaço, das linguagens da noção de longevidade e ao mesmo da sacralização do conteúdo simbólico material e físico. A era da reprodutibilidade, da concessão de novos mecanismos de inserção social e dos valores provocados pela ambiência “cyber”.

Ao contexto da cibercultura, talvez se possa citar de maior relevância a potencialidade de delimitação das instituições de controle social, no qual é positiva a criação de micro-poderes organizados em rede interligada, trocando informações, intervindo nas relações políticas e econômicas, pequenas ações locais que interferem em resultados globais, suplantadas pela capacidade da web e dispositivos tecnológicos, fixos e móveis. Esta relação do ciberespaço na cibercultura confere ao próprio espaço ciber a materialização de sua entidade não apenas como um meio, veículo, mas potencialmente um agente modificador das interações sociais, políticas, econômicas e responsável pela redemocratização do espaço público.

LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro da inteligência na era da informática.
- Trad. Carlos Irineu da Costa. Rio de Janeiro: 1993.

domingo, 19 de agosto de 2007

Sobre o encontro do dia 15.08.2007 no ICBA.

Primeiramente gostaria de parabenizar a organização do evento que por sinal não perdi nenhum até o momento. Sobre os conteúdos discutidos no Seminário vale ressaltar sobre uma imensidade de temas a serem problematizados podendo vir a se tornarem instrumentos de pesquisa.

No campo da Cibercultura, em especial Cibercidades as questões apresentadas a respeito das mídias locativas foi possível prever a densidade de recursos da plataforma mobile, o que já se encontra em encaminhamento e aplicação em partes da Europa. Possibilidades de interatividade social, uma intervenção humano-máquina, as questões sempre discutidas em sala pelo Prof. Dr. Zé Carlos, rumo a uma interface zero. RFID, RV, dispositivos Móveis como ferramentas de interação na Interface Arquitetônica (Painéis e arte).

Observado como potencialidade de vigilância, a exemplo citado pelo Professor Dr. André Lemos sobre o "panóptico britânico", os sistemas interativos dos dispositivos móveis promovem a capacidade de "coibir a coerção", já que segundo exposto pelo pesquisador André um indivíduo na Inglaterra num dia normal é filmado por mais de 200 câmeras por dia. Os dispositivos móveis podem facilitar serviços de subterfugio por ativistas visando sucumbir o regime de controle do espaço físico urbano.

Abordaram também a questão da estrutura do ciberespaço territorialidade/ desterritorialidade dentro da discussão sobre o espaço físico e cognitivo, este um ente de usual ambiência de experimentação. O Pesquisador e Dr. Luciano Firmino comparou os espaços euclidianos, da percepção, memória e cultura e social, dentro da concepção do território físico e sua viabilidade como estrutura para a interação social. A noção de que espaço não é "maquínico" esclarece a atividade humana como interrelacionada (sine qua non) com o ciberespaço.

No mais, aproveitei bastante a oportunidade de ir a um encontro muito bem argumentado e com tamanha qualidade para oportunamente apontar alguns pontos de pesquisa que tenho interesse. Para quem não foi ainda tem a chance de ir no mês de setembro.
até o próximo post.
Um abraço "bitilizado".

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Identidades Culturais Digitais


Uma breve descrição dos processos de estruturação das Identidades Digitais:

Dentro da Sociedade da Informação presente na Obra o “Livro Verde”, o capítulo de que irei tratar de forma a dar suporte teórico a este blog, Conteúdos e Identidade Cultural, aborda exemplificando algumas questões que remetem às possibilidades destas identidades serem veiculadas através da Cultura Digital.

Mesmo com a globalização e com todas as mitificações eventualmente criadas sobre este processo, a cultura, como identidade e conteúdo de aspiração sócio-antropológica, se mantém heterogênea, singular e plural. Para a sociedade da informação este vínculo entre tecnologia e cultura, mais especificamente os seus conteúdos, garantem a possibilidade de preservação e contextualização na Cultura Digital. “Países economicamente mais avançados vêem na preservação da identidade nacional o instrumento decisivo para autocapacitação não apenas em assuntos culturais com científicos e tecnológicos, com suas claras dimensões econômicas.”

Quanto às identidades que este livro aborda referentes a formação do seu processo histórico e cultural, ele descreve dois tipos, uma de identidade primária referente a língua natural, os seus diferentes modos de falar e expressar vocábulos não são capazes de incitar tais reivindicações identitárias. Uma outra de identidade secundária com um parecer acerca do regionalismo e grupos de preferência, se vale de outras duas que divergem diante da possibilidade de áreas de influência como as de identidade instituída (oficial de cima para baixo).

Em contrapartida uma outra valida o processo inverso, de baixo pra cima, com as de resistência referentes às minorias étnicas e religiosas que “se alimentam da memória e do culto das origens. Amplamente pode-se dizer que ainda tem-se as identidades instituintes de projeto como as que interessam-se pelos mesmos propósitos descritos anteriormente como as de outros grupos que possivelmente se mesclam no ciberespaço, tratando desta possibilidade de resgate e preservação dos conteúdos na Cultura Digital.